Dragon's Dogma 2 é um sonho para aventureiros – Review em progresso – GEmod Tech
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Dragon's Dogma 2 é um sonho para aventureiros – Review em progresso

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Dragon’s Dogma 2 sempre foi um sonho meu e de todo fã que vivia enchendo o saco dos amigos, dizendo que eles tinham que jogar o game original algum dia. Depois de tantos anos com apenas relançamentos de Dragon’s Dogma: Dark Arisen, esse sonho parecia bem distante. Apesar do jogo ter tido boas vendas e boa recepção do público na última década, ele sempre parecia meio perdido na eterna categoria de “alguém me falou que é muito bom, mas nunca joguei”.

Por isso, o anúncio de sua sequência veio como uma enorme surpresa na comemoração dos 10 anos do lançamento do primeiro jogo. Menos de 2 anos depois, o sonho se concretizou e a Capcom nos deu a oportunidade de testar Dragon’s Dogma 2 um pouco antes de sua chegada oficial no PC, PS5 e Xbox Series. Você pode conferir as nossas impressões no review logo a seguir!

Review em progresso!

Para ficar claro, este é um review em progresso de Dragon’s Dogma 2, já que o prazo entre o recebimento do jogo e a liberação do embargo foi muito curto. Esse é um jogo naturalmente longo e mesmo tendo passado das 40 horas de gameplay, eu não cheguei perto de zerar a trama principal do título. Eu sei que ainda há muito a se fazer e ver, então não achei justo publicar uma análise completa e dar uma nota baseada nessa experiência mais limitada. Ainda assim, eu acredito que consegui ter uma boa noção do ciclo de gameplay estruturado no jogo, então o review final virá na forma de uma atualização deste texto, que você poderá acompanhar nos próximos dias.

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A sequência tão esperada pelos fãs de Dragon's Dogma finalmente se concretizouA sequência tão esperada pelos fãs de Dragon’s Dogma finalmente se concretizouFonte:  Capcom/Reprodução 

O jogo maravilhoso que ninguém jogou

Eu vou falar a mesma coisa que muita gente deve ter ouvido nos últimos anos: o primeiro Dragon’s Dogma é um jogo maravilhoso que estava a frente de seu tempo quando foi lançado em 2012 e ele só melhorou com a expansão Dark Arisen no ano seguinte. Essa memória afetiva que eu e tantos fãs temos é o que nos fez acreditar no potencial dessa sequência por tanto tempo, além de ser o motivo de termos recomendado o game para todas as pessoas na face da Terra. Infelizmente, muito tempo já se passou desde sua chegada e é inegável o quanto suas mecânicas estão datadas atualmente.

Com Dragon’s Dogma 2, a expectativa era que os desenvolvedores aproveitassem as grandes ideias do antecessor, mas que o combate, as viagens em grandes distâncias, os peões e as vocações fossem aprimoradas, além de vermos novas mecânicas sendo implementadas no meio disso. Felizmente, isso se concretiza em praticamente tudo, o que gera a sensação de que Dragon’s Dogma atingiu o potencial que sempre teve e sem ter que se curvar às limitações da época do PS3. Desta forma, você pode aguardar um game bem parecido com o antecessor, mas melhor em tudo.

É claro que ele ainda é um jogo único, então você nunca vai sentir que só está jogando Dark Arisen de novo com um visual mais bonito. Até vale mencionar que o game funciona de forma perfeita para quem nunca jogou o original, já que explica sua história e mecânicas muito bem e tudo ocorre de forma independente do primeiro título. Tendo dito tudo isso, eu não vou passar o resto da análise comparando os dois jogos em tudo que foi alterado, mantido ou aprimorado, afinal, isso tiraria o foco do novo game e alienaria as pessoas que nunca jogaram Dragon’s Dogma: Dark Arisen, mas que estão interessadas em experimentar a sequência.

O Arisen e seus peões

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A trama do título se apresenta de forma simples, mas que funciona bem para engrenar o resto da história: você descobre que é o Arisen, um ser que desafiou um dragão e teve seu coração roubado por ele, o que deveria lhe garantir o título de soberano na região de Venworth. Só uma outra pessoa que também se diz ser o Arisen chegou antes e ocupou o seu lugar, iniciando o mistério que você deve revelar durante suas aventuras.

Fora isso, como Arisen, você tem algumas características especiais, como o fato de ser seguido pelos seres conhecidos como peões. Esses peões habitam um local conhecido como fenda e não sentem vontades ou emoções, tendo como único objetivo servir o Arisen. No ínicio do game, você pode criar o seu personagem e um peão principal que te seguirá durante toda a aventura. Fora ele, seu grupo terá espaço para outros dois peões, que terão sido criados por um Arisen de outro mundo, ou seja, outros jogadores de Dragon’s Dogma 2.

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Isso significa que apenas o seu peão poderá subir de nível com você e ser totalmente personalizado, seja na sua vocação, habilidades equipadas, armas ou armaduras. Os outros dois virão da forma que seus mestres os fizeram, com um equipamento específico e o nível que tinham na hora que você os encontrou. Desta forma, é necessário trocar de peões com alguma frequência conforme você vai subindo de nível. Para incentivar isso, o jogo tem um esquema em que o dono do peão pode te dar um objetivo do que fazer com ele para ganhar uma recompensa. Um bom exemplo seria derrotar um ciclope e receber uma boa quantia em dinheiro em troca. O mesmo ocorre com seu peão, já que você pode lhe dar um objetivo para incentivar que outros jogadores o usem.

Conforme esses peões são usados, eles aprendem mais sobre as rotas que você usou ao explorar o mapa, a maneira que resolveu missões e até a localização de dungeons, cavernas, tesouros e itens secretos. Então, quando você recruta peões com essas sabedorias, eles podem te ajudar ao longo da jornada, sempre oferecendo para mostrar onde ou como alcançar esses objetivos. Além disso, as conversas e falas dos peões estão muito dinâmicas e menos repetitivas, um elemento que era bem mais limitado no primeiro game.

As batalhas estão ainda mais épicas do que em seu antecessorAs batalhas estão ainda mais épicas do que em seu antecessorFonte:  Capcom/Reprodução 

É claro que você não tem  muito controle de como esses peões se comportam em batalha, já que isso depende de suas personalidades e das armas e habilidades dadas por seus mestres. Ainda assim, você pode utilizar alguns comandos básicos para indicar se quer que eles sigam na frente, que prestem socorro, que esperem ou que te acompanhem sem desvios. Eu senti que eles foram bem responsivos no geral com esses comandos, especialmente quando precisei que ficassem quietos ou que saíssem correndo de batalhas mais perigosas. Você ainda pode usar os comandos para qualquer NPC que estiver te acompanhando em missões de escolta, o que pode deixar sua jornada menos frustrante.

A falta de controle que eu mencionei pode ser um problema para jogadores que gostam de ter mais controle dos personagens em RPGs desse tipo, mas eu senti que isso fez com que o grupo parecesse algo mais real, quase como um jogo multiplayer. Esse fator também te deixa livre para se preocupar mais com as suas ações em vez de gerenciar tudo a todo momento.

A brutalidade continua

As primeiras horas consagram a natureza brutal do game, que pode ser bem difícil no geral, mas que fica ainda mais desafiador se você tentar jogá-lo como qualquer outro RPG de mundo aberto. Dragon’s Dogma 2 deixa claro bem no início que se deve escolher as batalhas com sabedoria, que a noite é mais perigosa que o dia, que momentos de descanso são muito necessários e que não adianta apertar qualquer botão de ataque sem parar, por exemplo.

O combate melhorou bastante em relação ao antecessor, mas acredito que algumas pessoas ainda sentirão uma estranheza no fato de que não há uma esquiva ou forma de defesa inata aos personagens. Tudo gira em torno da sua vocação (que pode ser alterada a qualquer momento) e as habilidades e aptidões que você destrava e equipa. Isso pode ser conquistado conforme você mata mais inimigos, sobe de nível de vocação e ganha pontos de vitória. Com isso feito, é possível realizar movimentos seguidos que formam ótimos combos e garantem momentos de vulnerabilidade dos inimigos.

Ainda assim, isso continua significando que você pode não ter opções defensivas em seu arsenal, então é preciso ter bastante consciência de cada movimento feito. É claro que a possibilidade de subir nos monstros gigantes ainda é uma das coisas mais legais que você pode fazer, especialmente se for para atingir o ponto fraco de um inimigo, como os chifres de um minotauro ou o olho de um ciclope. Isso deixa os confrontos muito parecidos com outra franquia maravilhosa da Capcom: Monster Hunter.

Assim como nesses jogos, você também pode cortar pedaços de seus inimigos, pode adquirir recursos importantes de seus corpos e ainda conta bastante com as características de sua arma para derrotá-los. Também é preciso lembrar que, ao estar montado nos monstros, sua barra de vigor vai decaindo e sua chance de ser derrubado aumenta. Esses paralelos acontecem com todos os bichos maiores de Dragon’s Dogma 2, mas eles não são os únicos com quem você precisa se preocupar.

Quase todo encontro com inimigos pode resultar na morte do seu personagem ou dos seus peões, por mais fracos ou pequenos que eles pareçam. Obviamente, isso vai mudando conforme você sobe de nível, aprende a usar as suas habilidades com eficiência e melhora seu equipamento. Só que o jogo não facilita as coisas e vai te enviando para novas regiões, onde novos bichos comuns voltarão a te causar problemas a todo momento. A boa notícia é que sempre é maravilhoso entrar em confrontos, especialmente com bons peões na sua companhia, então isso não se torna algo cansativo.

Como eu mencionei antes, as noites continuam sendo perigosas, então já fica o aviso de que você provavelmente morrerá muitas vezes até pegar o jeito de quando deve ou não entrar em batalhas e como deve abordar cada tipo de inimigo. No meio disso, eu também recomendo que sempre descanse em acampamentos, pousadas ou até nas suas futuras casas próprias, já que essa é a única maneira de recuperar seus pontos de vitalidade depois de tomar muitas surras seguidas.

Viagens sem frustrações

A viagem por diferentes pontos do mapa é um dos fatores que mais irrita jogadores novos de Dragon’s Dogma: Dark Arisen, já que o fast travel é bem mais limitado que em outros RPGs e só pode ser realizado em pontos específicos do mapa, sejam eles definidos pelo jogo ou pelo jogador. Em Dragon’s Dogma 2, você tem algumas opções de como lidar com suas viagens. É possível explorar o mapa a pé, com uma carroça contratada em cidades e vilarejos ou com o fast travel realizado com portais fixados ou alocados por você.

Todas as opções são válidas e úteis dependendo do que você necessita da hora. Ao viajar a pé, você pode destravar mais partes do mapa, encontrar mais missões, coletar recursos importantes para batalhas ou melhorar equipamentos, encontrar segredos e tesouros, etc. Com a carroça, você pode viajar para cidades de forma fixa, tendo a opção de dormir para tornar a viagem mais rápida, mas com o risco de ser acordado por monstro que precisa ser derrotado. Já o fast travel é realizado com o uso de uma pedra consumível que você pode comprar ou encontrar pelo mundo. Só é possível viajar para locais que tenham um portal ativado, sendo que eles podem ser fixos do jogo ou colocados pelo jogador onde for mais conveniente. Para referência, você pode colocar até 10 portais ao redor do mapa.

Aprender a usar sua vocação e habilidades ajuda bastante durante as lutasAprender a usar sua vocação e habilidades ajuda bastante durante as lutasFonte:  Capcom/Reprodução 

Basicamente, você ainda terá que planejar suas viagens, mas agora é tudo bem menos frustrante e leva menos tempo quando se você precisa retornar para um local para onde já viajou antes. É claro que haverá viagens inevitáveis e que levarão mais tempo, mas nada tão diferente de outros jogos de mundo aberto. Falando nisso, o que mais me impressionou em todas essas jornadas é que o game nunca apresenta uma tela de carregamento. No máximo, você um vê fade to black antes uma cutscene ou quando faz seu personagem dormir na carroça, mas nada que leve mais de meio segundo. Pode não parecer, mas isso faz uma grande diferença e te deixa bem mais imerso no game.

Aventuras sem fim

Com tudo o que mencionamos, deve ter dado para perceber que um dos grandes objetivos de Dragon’s Dogma 2 é nos jogar constantemente em diversas aventuras únicas. Considerando que tudo pode acontecer quando você está se aventurando pelo mundo, isso se torna mais real pelo fato de que praticamente todos jogadores terão experiências bem diferentes quando estão fazendo coisas parecidas. É algo similar ao que vimos em jogos como Baldur’s Gate 3 e The Legend of Zelda: Tears of The Kingdom no ano passado, por exemplo.

Isso acontece bastante tanto pelo jogo não ter tantos eventos roteirizados como pelo fato dele não te explicar tudo o que você tem que fazer a todo momento, ainda mais no sentido de como matar alguns bichos ou como resolver suas missões. Apesar de não ser possível com tudo, há excelentes formas de interagir com o cenário, seja quebrando pontes, objetos ou até barreiras naturais. Isso pode abrir novos caminhos ou impedir que inimigos te sigam até onde você se encontra. Eu gostei bastante de tudo isso, já que deixou as missões e objetivos mais orgânicos, mas imagino que muitas pessoas podem se frustrar por não ter ideia de com quem devem falar ou para onde devem ir em alguns momentos.

Você pode quebrar barreiras naturais ou pontes para se livrar dos inimigosVocê pode quebrar barreiras naturais ou pontes para se livrar dos inimigosFonte:  Capcom/Reprodução 

Como há quests que devem ser resolvidas em um certo período de tempo, isso pode aumentar a irritação de alguns jogadores que gostam de completar tudo. Eu mesma perdi a chance de terminar duas missões porque ativei outra que avançava a história. Isso foi avisado antes de eu tomar minha decisão, mas eu não tinha como saber quais quests serão invalidadas. Fora isso, houve uma única quest para a qual não encontrei a solução, mesmo confrontando o único NPC com quem poderia falar. Até agora não sei se a quest estava com algum problema ou se eu não achei a maneira correta de realizar a tarefa.

Falando em NPCs, preciso comentar algo que pode ser relevante para alguns jogadores. Apesar de ter cutscenes bem bonitas de vez em quando, o jogo possui NPCs que parecem bastante com os de jogos como Dark Souls, Elden Ring e Monster Hunter. Isso quer dizer que eles não possuem movimentos muito expressivos quando conversam com você, tanto corporais como faciais. Isso não me incomoda, mas é algo que pode desagradar quem se acostumou com games mais avançados nesse quesito.

Performance no PC

Eu sei que a performance deste jogo interessa bastante gente, especialmente no PC, onde cada um vai ter um setup diferente. Eu confesso que não tenho o PC ideal para jogar games deste porte, já que conto com a placa de vídeo GTX 1660 e 16 GB de RAM, uma configuração cada vez mais defasada para games AAA. Por isso, eu não consegui jogar Dragon’s Dogma 2 com os visuais mais bonitos que ele tem a oferecer, mas tive que sacrificar isso para ter uma performance melhor e mais estável.

Com a configuração gráfica no “Baixo”, eu consegui ter uma média entre 30 e 55 fps na maior parte do jogo, mas houve momentos em que muita coisa estava acontecendo na tela e o jogo baixou para os 24 fps. Infelizmente, não consigo informar sobre a performance em PCs mais potentes ou nos consoles. A única coisa que eu posso dizer é que o jogo vem com o anti-cheat Denuvo que já causou problemas de performance em outros títulos de PC no passado.

Vale a pena?

Conforme eu mencionei antes, por se tratar de uma análise em progresso, eu ainda não vou dar uma nota final para Dragon’s Dogma 2. Ainda assim, eu tive uma experiência incrível com o jogo nas mais de 40 horas que passei com ele por enquanto. Com base nisso, eu acredito que vale a pena jogá-lo, seja você um fã antigo ou alguém que nunca encostou em Dark Arisen. Só é necessário ter consciência que esse é um jogo mais difícil, no qual não é possível reverter suas ações e que se foca bastante em exploração e batalhas intensas.

A dificuldade de Dragon's Dogma continua bem brutal em muitos momentosA dificuldade de Dragon’s Dogma continua bem brutal em muitos momentosFonte:  Capcom/Reprodução 

Se você sente que games como Monster Hunter ou Elden Ring não te divertem, é possível que Dragon’s Dogma 2 não seja exatamente o game ideal para você, por exemplo. Mesmo sendo bem diferente, por oferecer mais elementos de RPG, há fatores similares que devem ser considerados. Se estiver em dúvida, basta jogar o game original por algumas horas e ver o que acha da sua essência, afinal, ele pode ser encontrado por preços baixíssimos em promoções frequentes em diversas plataformas.

Para mim, e acredito que para muitos fãs, Dragon’s Dogma 2 não só é um sonho realizado, como tem tudo para ser um dos grandes jogos de 2024.

Dragon’s Dogma 2 tem lançamento marcado para 21 de março no PC, PS5 e Xbox Series S e X. Uma cópia para testes no PC foi cedida pela Capcom.

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