Palworld vale a pena ou é só uma cópia barata de Pokémon que virou moda? Opinião – GEmod Tech
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Palworld vale a pena ou é só uma cópia barata de Pokémon que virou moda? Opinião

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Ainda estamos em janeiro de 2024, mas um dos maiores games do ano já apareceu. Estamos falando de Palworld, que foi lançado no dia 19 de janeiro e, em apenas um fim de semana, vendeu mais de 5 milhões de cópias e se tornou um dos maiores jogos da história da Steam.

Apelidado de “Pokémon com armas”, o título traz mecânicas de construção e sobrevivência, uma combinação que costuma fazer bastante sucesso na plataforma da Valve. Além disso, as criaturas do jogo se chamam Pals, o que fez o game se tornar um meme instantâneo no Brasil.

Atualmente, o título está disponível em acesso antecipado no PC e também no Xbox, inclusive na assinatura Game Pass. No entanto, mesmo com o sucesso, o jogo está repleto de problemas, já que ainda está em desenvolvimento. Além disso, Palworld também está envolvido em uma grande polêmica: o estúdio por trás do game está sendo acusado de plagiar pokémons e usar inteligência artificial na criação do projeto — nada, até o momento, foi comprovado oficialmente.

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Considerando o sucesso e os problemas atuais do game, a pergunta que fica é: vale a pena jogar Palworld agora mesmo ou devo esperar algum tempo? O jogo vale a pena ou é apenas uma moda passageira? Depois de passarmos alguns dias em busca de Pals, confira nossas impressões iniciais do game!

PalworldPalworld foi lançado em 19 de janeiro e já vendeu mais de 7 milhões de cópias (até o momento desta publicação).

O mundo além dos Pals

A semelhança de Palworld com Pokémon certamente ajudou o game a se tornar um grande sucesso na internet. No entanto, você precisa de apenas alguns minutos de gameplay para perceber que o jogo vai muito além da piada do “pokémon com armas”.

Na verdade, durante grande parte do gameplay inicial, Palworld é mais parecido com jogos como Ark do que a famosa franquia da Nintendo. Como protagonista, você simplesmente acorda seminu em uma ilha e precisa coletar recursos para criar uma base.

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Ou seja, grande parte do gameplay não gira em torno de capturar monstrinhos e brigar com outras crianças que curtem a “rinha de galo” legalizada. O principal objetivo é sobreviver fazendo uma base fortificada e coletando recursos como comida e suprimentos.

Assim como outros grandes sucessos da Steam, o jogo entrega uma experiência competente na parte da construção e sobrevivência, mas não traz grandes inovações. No entanto, o ciclo de gameplay com elementos de RPG garante uma experiência capaz de prender os jogadores, o que explica o sucesso estrondoso na plataforma da Valve.

E onde entram os Pals?

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Se você está se perguntando: mas e os Pals, onde eles entram? Seguindo a comparação com Ark, os monstrinhos de Palworld são como os dinossauros da franquia do estúdio Wildcard. Antes de virar o Ash e sair batalhando com todo mundo, você captura os Pals para servirem como trabalhadores em sua base.

Os monstrinhos servem como mão de obra e fonte de recursos, desde itens necessários para a progressão até alimentos, como carne e ovos. Ao todo, o game conta com mais de 100 tipos de Pals, de diferentes formas e tamanhos. 

PalworldPalworld traz diferentes criaturas que não apenas lutam, mas trabalham com o jogador.

O grande “pulo do gato” é que o jogador precisa capturar e escolher os melhores Pals para cada função. As espécies de monstrinho tem suas próprias qualidades e aptidões dentro da base, indo além do ciclo de batalhas que conhecemos na franquia Pokémon.

No fim das contas, você passa muito tempo encontrando a melhor forma de trabalhar com Pals, e não batalhar com as criaturas. Durante minhas primeiras horas no game, essa foi, de longe, a maior diversão: explorar o vasto mundo em busca de Pals mais fortes para a minha casa, e não para combater outras pessoas.

Combate e os diferentes usos para o pal

Quando o assunto é combate, a ação de Palworld também vai muito além de ser um clone de Pokémon. Sim, você vai batalhar contra “líderes de ginásio”, que ficam em torres, e colocar seus Pals para brigar com monstrinhos selvagens. Porém, a jogabilidade também envolve o gênero de sobrevivência e construção de base.

Para começar, você não precisa dos seus monstrinhos para batalhar e capturar outros Pals. O jogo permite construir armas para que você mesmo acerte as criaturas para enfraquecê-las e capturá-las. Com isso, você pode usar um pedaço de pau para bater no Pal e, enfim, capturá-lo usando usa esfera de Pal.

PalworldVocê captura os Pals usando uma esfera de Pals.

Além disso, é possível tirar proveito dos monstrinhos de diferentes formas no combate. Você pode criar selas para montar nos Pals e utilizar seus ataques. Ou então fabricar acessórios para literalmente transformá-los em armas: um monstrinho de fogo, por exemplo, pode ser usado como lança-chamas.

Os Pals também devem ser utilizados para proteger a sua base. Além de usar as habilidades das criaturas, você pode utilizar sacos de areia e metralhadoras controladas pelos monstrinhos para tornar sua casa segura contra invasões de Pals, contrabandistas e outros jogadores.

Diferente do que acontece em Pokémon, você também morre em Palwold — afinal, a base do game é sobrevivência. Caso sua vida chegue ao fim durante o combate, todos os seus itens ficarão no local da morte, marcado no mapa, e você poderá retornar até lá para buscá-los. Ou seja, nem Elden Ring e os jogos da FromSoftware escaparam das referências do estúdio Pocket Pair.

Exploração

Além de ser um jogo de sobrevivência com Pals, o novo indie do momento também envolve bastante exploração. Palworld se passa em uma ilha aberta com muita grama verde, montanhas e ruínas. 

E se as comparações com Pokémon te incomodaram, saiba que o jogo não é a única inspiração da Nintendo adotada por Palworld. O deslocamento do personagem lembra muito The Legend of Zelda, com uma barra de stamina servindo como régua para todas as ações.

Além disso, logo no começo do game, é possível criar um planador bastante similar ao que temos nos Zeldinhas mais novos. Assim como nosso amigo Link, o personagem também pode escalar e explorar praticamente qualquer lugar visível do mapa.

As similaridades com Zelda certamente não são coincidências. O estúdio por trás de Palworld lançou em 2020 o game Craftopia, que possui vários aspectos que lembram os títulos mais recentes da franquia da Nintendo.

Apesar da vibe de “copia, mas não faz igual”, a exploração em Palworld funciona muito bem. O jogo conta com ambientes bem distintos e com visuais interessantes, principalmente quando consideramos que o título ainda está em desenvolvimento. Além disso, usando o sistema de viagem rápida e os Pals para se locomover, a exploração do mundo aberto não fica cansativa.

Gráficos e desempenho

Por fim, é importante ressaltar que Palworld está em acesso antecipado. Ou seja, o jogo ainda não terminou de ser desenvolvido. Tanto no PC quanto no Xbox, a experiência está repleta de bugs e pontos que merecem melhorias.

Mesmo jogando no Xbox Series X, enfrentei alguns problemas como crashes involuntários e texturas que não carregam. No entanto, a experiência é 100% jogável: até mesmo o save na nuvem e o Quick Resume, um dos recursos mais legais da nova geração do Xbox, funcionam perfeitamente com o game.

PalworldApesar dos bugs, Palworld está funcionando bem.

No entanto, a equipe ainda tem muito trabalho de otimização e melhorias a fazer. Sempre que você conclui uma tarefa, por exemplo, um pop-up no maior estilo janela do Windows 10 aparece na tela, dando certo ar de “amadorismo” para o game.

Além disso, algumas partes do game estão bem quebradas. Durante uma das dungeons que fiz, por exemplo, acabei ficando preso numa montanha e a única forma de sair foi morrendo. Felizmente todos os meus itens não foram perdidos.

A localização também é outro ponto que precisa de melhorias. Além de o jogo ter alguns erros básicos, como um taco traduzido para “Morcego”, algumas partes da interface principal não contam com textos, apenas a sigla “PT-BR” para ocupar o espaço, o que pode confundir jogadores desatentos.

PalworldPalworld possui alguns erros inconvenientes de localização, mas que devem ser corrigidos futuramente.

A versão disponível no Xbox também está com algumas atualizações atrasadas em comparação ao game na Steam, além do multiplayer limitado para quatro pessoas, possivelmente por causa das validações extras da Microsoft Store. No entanto, esta edição tem como ponto positivo a disponibilidade no Game Pass, permitindo até mesmo gameplay via nuvem para quem tem a versão Ultimate.

Vale a pena jogar agora ou esperar por mais atualizações?

No fim das contas, Palworld acaba sendo um amálgama de várias coisas, indo muito além de ser uma cópia de Pokémon. Na verdade, o jogo acaba copiando tanta coisa que entrega um gameplay interessante, mas de maneira bastante duvidosa.

Como esperado de um jogo em acesso antecipado, o título conta com diversos problemas técnicos em seu lançamento, desde bugs até instabilidades em seu servidor. No entanto, mesmo com as eventuais instabilidades, é possível ter uma experiência satisfatória com o game no Xbox Series X, plataforma em que mais testamos o game até agora.

Não dá para ignorar as semelhanças do jogo com diversas de suas “inspirações”, algo que certamente pode render problemas para o estúdio Pocket Pair. No entanto, caso você não ligue para isso, Palworld já está jogável e divertido em seu estado atual, sendo uma pedida interessante para quem assina o Game Pass. 

Considerando os padrões de sucesso da Steam, existe a chance de o game ser mais uma “onda passageira” de sucesso, entrando para a lista de jogos como Lethal Company e Only Up. No entanto, com mais de 7 milhões de cópias vendidas e o sucesso no Xbox Game Pass, o estúdio japonês tem chance de fazer os Pals crescerem e se tornarem um marco na indústria de games. Um roadmap até já foi anunciado e parece promissor. 

A dúvida que fica é: será que o estúdio terá maturidade e experiência (e possivelmente advogados) para manter o game funcionando e transformá-lo em um sucesso ainda maior? 

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