O cenário empresarial mundial vive um momento de adaptação para criar e manter as vagas de emprego preenchidas. A entrada da geração Z (nascida entre 1995 e 2010) no mercado de trabalho está colocando à prova a habilidade de gestores em lidar com diferentes perfis em uma mesma equipe.
A novidade não está no conflito geracional, afinal, é comum na história da humanidade vermos tentativas de equilibrar o espírito corajoso e inconsequente do jovem com a sabedoria e resistência dos mais velhos.
O centro da questão está nas características próprias da geração Z que os tornam profissionais ágeis, inovadores e preocupados com assuntos que até então não eram prioridades para empresas que desejam se manter competitivas.
A geração Z busca, além de salário, benefícios como flexibilidade e auxílio mental.Fonte: GettyImages
Quer entender melhor as motivações da geração Z? Continue a leitura e aprenda também as melhores abordagens que gestores devem se atentar para comandar um ambiente de trabalho mais produtivo e colaborativo!
Qual o impacto da geração Z no mercado de trabalho?
Conhecidos também como pós-millennials ou centennials, a geração Z constitui 23% da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como força produtiva, esses indivíduos já ocupam cerca de 23 milhões de postos de trabalho no país. Um número expressivo que provoca impactos no mercado laboral, assim como na perspectiva que esses jovens talentos têm de como uma boa vaga de emprego deve ser.
A geração Z demonstra uma notável afinidade com as inovações tecnológicas, além de uma sede incessante por aprendizado. O interesse natural pelo mundo digital vem desde a infância, pois esse grupo assistiu e incorporou grandes evoluções tecnológicas ao seu cotidiano.
Para as empresas, o desafio do conflito geracional se multiplica desde o momento de atrair esses talentos para o quadro de colaboradores até a maneira de comunicar o propósito do empreendimento diariamente.
Com a chegada dessa nova leva de profissionais, os líderes de negócios estão sentindo cada vez mais a necessidade de melhorar sua interação pessoal e profissional para comandar a geração Z. Na visão de Rafiana Rech, Gerente de Pessoas e Cultura na NZN, essa estratégia engloba todas as idades:
“Independente da geração, o maior desafio dos gestores na atualidade é a comunicação. É preciso saber adequar a comunicação não apenas no contexto geracional, mas em relação às pessoas, pois a forma como se trabalha a motivação e se apresenta os desafios pode ser interpretada de diferentes maneiras por cada indivíduo”, afirma a gestora.
O que as empresas e gestores esperam da geração Z?
O perfil dos nasceram no final dos anos 90 ou 2010 é ser multitarefas, trocar informações rapidamente e olhar sempre para o futuro, principalmente pelo viés social e ambiental.
Esse é um resumo das principais características da geração Z segundo a pesquisa “Líderes do Futuro” realizada pelo Meio e Mensagem e Sel Histórias de Comportamento.
Logo, é compreensível que as empresas e os gestores esperem da geração Z uma força de trabalho tecnologicamente apta, colaborativa e flexível. Nascidos em meio à era digital, os membros dessa geração podem contribuir para a transformação digital dos negócios.
Além disso, a geração Z é reconhecida por sua propensão à colaboração e ao trabalho em equipe, sendo esperado que se adaptem facilmente a ambientes colaborativos e dinâmicos.
As empresas que visam resultados duradouros com seu crescimento buscam reconhecer a diversidade dentro da geração Z e tirar proveito das diversas perspectivas e habilidades que esses jovens profissionais podem oferecer.
Quais são os pontos fracos e fortes da geração Z no trabalho?
Os pontos fortes da geração Z no trabalho incluem serem nativos digitais, aprendendo principalmente através da internet por meio de tutoriais e projetos “Faça você mesmo”.
São indivíduos com posições firmes e propensos a questionar hierarquias, contribuindo para inovação no ambiente de trabalho. Por priorizarem a diversidade e a inclusão, buscam ambientes onde todos se sentem ouvidos e valorizados, sem discriminação em razão de raça, gênero, etnia ou sexualidade.
A geração Z preza pela flexibilidade, mas tem dificuldades com hierarquias.Fonte: GettyImages
Já em relação aos pontos fracos, a geração Z tem um forte desejo por mudanças e avanço na carreira, mas pode enfrentar dificuldades em enxergar a longo prazo, sentindo-se estagnada facilmente.
Inclusive, a atriz e diretora norte-americana Jodie Foster, em recente entrevista ao The Guardian, revelou a dificuldade em lidar com os jovens profissionais “Eles são realmente irritantes — especialmente no local de trabalho”.
A artista ainda deu alguns conselhos à nova geração: “Eles precisam aprender a relaxar, a não pensar demais, a inventar algo que seja deles”. E ainda completou, “Posso ajudá-los a descobrir isso, o que é muito mais divertido do que ser, com toda a pressão por trás disso, o protagonista da história.”
Como solucionar os desafios em lidar com os jovens profissionais?
Para superar isso, os gestores podem desenvolver planos de carreira estruturados e estabelecer metas alcançáveis junto com esses profissionais. Outro ponto de atenção é a insegurança da geração Z, o que é comum para quem está iniciando a carreira.
Uma comunicação aberta e feedbacks frequentes são essenciais para mantê-los alinhados aos objetivos da empresa. Assim como criar oportunidades para os jovens talentos desenvolverem soft skills como disciplina, empatia e inteligência emocional.
Um lembrete importante: as empresas devem reconhecer a diversidade dentro dessa geração e adaptar suas abordagens de gestão e recrutamento conforme necessário.
“O ambiente de trabalho é feito por pessoas diversas e por esse motivo é necessário abandonar os estereótipos e preconceitos que são construídos em cima das diferenças geracionais. Os gestores precisam ter um olhar mais técnico para conseguir com que as equipes se desenvolvam da melhor maneira”, ressalta Rech.
Como manter a geração Z no mercado de trabalho?
Para manter a geração Z no mercado de trabalho, é preciso investir em mudanças no ambiente, que valorizem a inovação, flexibilidade e diversidade em troca de compartilhar conhecimento pelo bem da equipe.
Reconhecimento por realizações, apoio à saúde mental do colaborador e benefícios não salariais também entram na lista, de acordo com relatório da Deloitte.
A comunicação aberta é vital, assim como a incorporação de tecnologias e ferramentas digitais no ambiente de trabalho que não comprometam a interação humana e individual.
“O papel do gestor é entender essas mudanças nos valores da geração Z e reter esses profissionais requer uma adequação tanto por parte dos gestores, como das empresas para motivar e engajar esses colaboradores em seu desenvolvimento profissional”, reitera Rafiana Rech.
A diversidade e busca por oportunidades que possuem flexibilidades, são pontos chave da geração Z.Fonte: GettyImages
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