Mensalmente, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) divulga imagens capturadas por diferentes telescópios espaciais, como o James Webb (JWST) e o Hubble — inclusive, alguns são operados em parcerias com outras agências espaciais. Não há como negar que essas imagens são fascinantes e revelam diversas descobertas surpreendes sobre o nosso universo.
Por exemplo, em 2022, o James Webb divulgou dados que auxiliaram os cientistas em uma melhor compreensão sobre a atmosfera de exoplanetas, formação de estrelas, buracos negros, entre outros dados importantes. É o caso do exoplaneta Trappist-1 c, que tem sido extensivamente pesquisado pelos astrônomos da equipe do JWST.
Em novembro de 2022, a NASA apresentou a imagem de uma ‘ampulheta de fogo’ formando uma nova estrela; uma região conhecida como protoestrela L1527.Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
“Trappist-1 c é interessante porque é basicamente um gêmeo de Vênus: tem aproximadamente o mesmo tamanho de Vênus e recebe uma quantidade semelhante de radiação de sua estrela hospedeira à que Vênus recebe do Sol. Pensamos que poderia ter uma espessa atmosfera de dióxido de carbono como Vênus”, disse a co-autora de um artigo sobre o exoplaneta, Laura Kreidberg, e cientista do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha.
Cinco imagens incríveis da NASA em julho
No mês de julho, a NASA forneceu mais imagens espaciais de alta qualidade para os entusiastas de astronomia em todo o mundo, por isso, o TecMundo reuniu as cinco fotografias mais impressionantes que fizeram sucesso durante o mês. Confira abaixo!
O planeta Saturno
No início do mês, a NASA divulgou a primeira imagem editada e colorida do sexto planeta do nosso Sistema Solar: Saturno — no fim do mês anterior, a agência já havia liberado algumas imagens em qualidade inferior e preto e branco. A fotografia capturada pelo Telescópio Espacial James Webb apresenta a beleza de Saturno e dos anéis formado por materiais rochosos, contudo, o planeta é gasoso.
A imagem apresenta Saturno e três de suas Luas, conhecidas como Dione, Encélado e Tétis.Fonte: NASA/ESA/CSA
“O próprio Saturno parece extremamente escuro neste comprimento de onda infravermelho observado pelo telescópio, pois o gás metano absorve quase toda a luz solar que incide na atmosfera. No entanto, os anéis gelados permanecem relativamente brilhantes, levando ao aparecimento incomum de Saturno na imagem de Webb”, a NASA descreve.
Galáxia ESO 174-1
Recentemente, a agência espacial apresentou uma nova imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble, detalhando uma galáxia vizinha da Via Láctea, chamada ESO 174-1. Localizada a aproximadamente 11 milhões de anos-luz de distância da Terra, ESO 174-1 deve auxiliar os cientistas a encontrar uma melhor compreensão sobre as galáxias fora da Via Láctea.
A galáxia ESO 174-1 é representada pela nuvem branca no centro da imagem.Fonte: ESA/Hubble/NASA
“O programa para capturar todas as nossas galáxias vizinhas foi projetado para usar 2-3% do tempo do Hubble disponível entre as observações. É ineficiente para o Hubble fazer observações consecutivas de objetos que estão em partes opostas do céu”, explica a NASA.
Supernovas 2004et e 2017eaw
O anúncio da detecção de duas supernovas do tipo II, nomeadas de Supernova 2004et (SN 2004et) e Supernova 2017eaw (SN 2017eaw), confirmou que esses objetos ejetam grandes quantidades de poeira cósmica. As supernovas estão localizadas na Galáxia dos Fogos de Artifício, conhecida como NGC 6946, a aproximadamente 22 milhões de anos-luz de distância da Terra.
Segundo os cientistas, as imagens demonstram como as supernovas carregam uma quantidade significativa de poeira cósmica.Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
“Há uma empolgação crescente para entender o que essa poeira também implica sobre o núcleo da estrela que explodiu. Depois de analisar essas descobertas em particular, acho que nossos colegas pesquisadores pensarão em maneiras inovadoras de trabalhar com essas supernovas empoeiradas no futuro”, disse a líder do Space Telescope Science Institute (STScl), Ori Fox.
Rho Ophiuchi
Para comemorar o aniversário de observações do Telescópio Espacial James Webb, a NASA apresentou uma nova imagem da formação estelar conhecida como complexo de nuvens Rho Ophiuchi, a aproximadamente 390 anos-luz de distância. A região abriga cerca de 50 estrelas jovens, algumas com discos protoplanetários; os dados sugerem que o local pode ser um ambiente propício para o desenvolvimento de futuros sistemas planetários.
Como se trata de uma região de formação estelar considerada pequena e silenciosa, é muito provável que a humanidade não capturasse o nascimento das estrelas se não fossem os instrumentos do James Webb.Fonte: NASA/ESA/CSA/STScI
“A imagem de Webb de Rho Ophiuchi nos permite testemunhar um período muito breve no ciclo de vida estelar com nova clareza. Nosso próprio Sol experimentou uma fase como esta, há muito tempo, e agora temos a tecnologia para ver o início da história de outra estrela”, disse o cientista do James Webb, Klaus Pontoppidan.
Teia cósmica
Uma das novidades mais surpreendentes foi observada a partir de dados do telescópio James Webb, apresentando os filamentos mais antigos de teia cósmica; esses filamentos conectam galáxias, estrelas e outros objetos espaciais em nosso universo. Os cientistas afirmam que se trata da teia cósmica mais antiga já detectada pela ciência, localizada em um quasar chamado J0305-3150.
A região apresenta os filamentos que conectam dez galáxias diferentes, oito delas estão destacadas na imagem.Fonte: NASA/ESA/CSA/University of Arizona/STScI
“As últimas duas décadas de pesquisa em cosmologia nos deram uma compreensão robusta de como a teia cósmica se forma e evolui. O ASPIRE [instrumento de espectroscopia] visa entender como incorporar o surgimento dos primeiros buracos negros massivos em nossa história atual da formação da estrutura cósmica”, explicou o cientista Joseph Hennawi, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
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